quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

MAPA DA VIAGEM DE VASCO DA GAMA

Esse é um mapa simples para quem queira conhecer o roteiro que Vasco da Gama fez em 1497, para chegar à Índia. Fonte: Livro "Luís de Camões", de João Alves das Neves e Douglas Tufano, Ed. Moderna - INL/MEC, SP, 1980.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

ATUALIDADE DE OS LUSIADAS 2

Como prometi, vou dar alguns exemplos:


·         Essa ganância de dinheiro, de ter fama, é debatida e combatida pelas palavras do velho na partida do Gama: 
      “Ó glória de mandar, ó vã cobiça desta vaidade a quem chamamos Fama! . . . Que castigo tamanho e que justiça fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, que crueldades neles experimentas! . . . Chamam-te Fama e Glória soberana, nomes com que o povo tolo se engana!”

·         Essa insegurança em que vivemos hoje, com medo da violência, essa depressão pela vida mais de obrigações do que de prazeres, atividades tediosas a que somos constrangidos e a tristeza de ser enganados pelos políticos, banqueiros, pelos detentores do poder político e econômico. Tudo isso você pode deparar, subitamente, numa fala do navegador Vasco da Gama: 
    “Ó grandes e gravíssimos perigos, Ó caminho de vida nunca certo, que aonde a gente põe a esperança tenha a vida tão pouca segurança! No mar tanta tormenta e tanto dano, tantas vezes a morte apercebida! Na terra tanta guerra, tanto engano, tanta necessidade aborrecida! Onde pode acolher-se um fraco humano, onde terá segura a curta vida, que não se arme e se indigne o Céu sereno contra um bicho da terra tão pequeno?”

Para finalizar, agora que o homem pensa ir a Marte e outros planetas e está nessa tentativa há mais de meio século, é bom lembrar que em 1497 a grande viagem do Gama foi o primeiro passo para isso. “Vamos tirar Camões do ostracismo!”

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

ATUALIDADE DE OS LUSÍADAS



Que razões ou motivos justificariam atualmente uma montagem da epopeia OS LUSÍADAS?
Em primeiro lugar pelo valor e qualidade desse texto que é um marco importante na história da literatura em língua portuguesa. Até hoje, nem um outro épico suplantou o de Camões, que tirou nosso idioma do atraso medieval e o elevou ao máximo que seria possível naquele século. Até hoje, algumas pessoas se arrepiam com alguns de seus versos e com sua ampla visão dos homens, assim como seu vícios e suas virtudes.
Em segundo lugar, porque sua elevada qualidade e a distância em que está nossa linguagem moderna, criou um condicionamento que leva muitas pessoas a evitarem a obra. Em função disso, venho há anos pensando em torná-la popular, em fazer com que através do teatro as pessoas possam, ao menos, conhecer as belas histórias, umas reais, outras fantasiosas, que ele nos conta: Inês de Castro, o Velho do Restelo, Gigante Adamastor, a Ilha dos Amores.
Imagem extraída de: https://conchigliadivenere.files.wordpress.com/ 

Em terceiro lugar, porque se a pessoa prestar um pouco mais de atenção aos versos de Camões, verá que hoje não estamos tão longe assim do que ele ali nos mostra. Vou dar apenas alguns exemplos na semana que vem; apareça aqui novamente e obrigado pela visita de hoje.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

INTERPRETANDO OS LUSÍADAS

Inês ao se ver presa e arrastada com os filhos perante o rei, pai de seu amante Pedro, implora: "Ó rei, que tens de humano o rosto e o peito. A essas criancinhas tem respeito pois não o tens por mim. Que elas comovam seu coração que pena de mim não tem, apesar de não ser culpada de nada. Se vencendo os mouros a morte soubestes dar, saiba também dar a vida, a mim que nada fiz de errado para perdê-la  Se minha inocência merecer piedade de ti, envie-me em exílio para a Cítia ou Frígia, onde viverei com essas crianças. Que elas sejam consolo para a mãe triste". Essas são as palavras que Camões coloca na boca de Inês de Castro. Veja minha adaptação e interpretação no Youtube. Clique aqui: A MORTE DE INÊS DE CASTRO

sábado, 12 de novembro de 2016

FINALMENTE, HAVIAM CHEGADO À ÍNDIA

(Foto de Hilton Nascimento, cedida pela revista La Femme)

Quando a manhã clara dava nos montes, os marinheiros de cima da gávea avistaram terra alta: "Terra à vista!" Finalmente, haviam chegado . . . à Índia. (Adaptação)

(Original)
Já a manhã clara dava nos outeiros
por onde o Ganges murmurando soa,
quando da celsa gávea os marinheiros
enxergaram terra alta, pela proa.
Já fora de tormenta e dos primeiros
mares, o temor vão do peito voa.
Disse alegre o piloto melindano:
"Terra é de Calecut, se não me engano". ( Camões, Os Lusíadas, Canto VI)



sexta-feira, 11 de novembro de 2016

PRÓXIMO ENSAIO ABERTO DE OS LUSÍADAS

 JÁ ACONTECEU

03 de JANEIRO de 2017 às 19 horas

ONDE? R. Sebastião Pereira, 161 - perto do metrô SANTA CECÍLIA

 
Fotos cedidas por Hilton Nascimento da revista La Femme.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

CAMÕES e FERNANDO PESSOA

Camões em Os Lusíadas mostra Vasco da Gama ameaçado pelo Gigante Adamastor, que representa o Cabo das Tormentas. Assim coloquei em minha adaptação: "Eu sou aquele oculto e grande cabo a que chamais vós outros Tormentório (. . . ) Aqui espero tomar de quem me descobriu suma vingança e não ficará só nisso o dano de vossa persistente confiança (. . . ) Fui um titã, chamava-me Adamastor." Só para dar uma pálida ideia. 

Agora vejam o que fez o genial Fernando Pessoa em seu livro Mensagem:


O MOSTRENGO

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»

«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»

Esse poema é uma paródia no sentido literal grego da palavra, um canto paralelo, revelando uma forte intertextualidade.