Os Lusíadas no teatro
Camilo Mota
Há gente que torce o nariz só de ouvir falar em Camões. Leitura difícil, linguagem rebuscada e antiga. Quem se interessará por isso nesses dias em que tudo é automático e visual? Porém há muito mais do que isso em Luís de Camões. Sua obra desperta desejo, trazendo em seus versos a gênese da língua portuguesa que utilizamos. E o que seria de nós se não fosse a língua, esta senhora de mil faces que nos seduz com seus significados e significantes?
O poeta Geraldo Chacon decidiu mostrar a vitalidade da obra camoniana fazendo uma belíssima adaptação para teatro e que está em cartaz durante todo o mês de agosto no Espaço Gene Insanno, em Araruama.
Em cerca de 50 minutos, a plateia se encanta com a sonoridade dos versos que contam a saga portuguesa na abertura do caminho para o Oriente, ressaltando os feitos de Vasco da Gama, o drama de Inês de Castro, o enfrentamento do gigante Adamastor. Drama, humor e lirismo convivem em harmonia dentro de um contexto épico, e uma nova valoração surge graças à interpretação vibrante do ator-escritor.
Intitulada “Por mares nunca dantes navegados”, a adaptação levou 25 anos para ficar pronta. Na encenação atual, Chacon mostra a versatilidade e a criatividade que o teatro amador lhe concedeu ao longo dos anos, estruturando a peça em formato de monólogo.
Monólogo, mas não monotonia. Aliás, Chacon surpreende pela capacidade de nos emocionar, porque a emoção pode ser sentida em cada trejeito de sua face, em cada olhar que dirige para o público, em cada personagem que nele se incorpora para distinguir os discursos que se encadeiam ao longo do texto.
Enfim, é um espetáculo de grande qualidade, essencial para qualquer pessoa que ame poesia e valorize a língua portuguesa. Fundamental para estudantes do ensino médio e para universitários de Letras e outras áreas, porque a obra fala sobre a alma de um povo, de uma ancestralidade que está presente em cada pessoa que habita este pedaço de chão onde vivemos.
Por Mares Nunca Dantes Navegados - Adaptação e Interpretação: Geraldo Chacon
Direção: Angelah Dantas
*
Camilo Mota é poeta, escritor, psicanalista, membro da Academia Araruamense de Letras.
Há gente que torce o nariz só de ouvir falar em Camões. Leitura difícil, linguagem rebuscada e antiga. Quem se interessará por isso nesses dias em que tudo é automático e visual? Porém há muito mais do que isso em Luís de Camões. Sua obra desperta desejo, trazendo em seus versos a gênese da língua portuguesa que utilizamos. E o que seria de nós se não fosse a língua, esta senhora de mil faces que nos seduz com seus significados e significantes?
O poeta Geraldo Chacon decidiu mostrar a vitalidade da obra camoniana fazendo uma belíssima adaptação para teatro e que está em cartaz durante todo o mês de agosto no Espaço Gene Insanno, em Araruama.
Em cerca de 50 minutos, a plateia se encanta com a sonoridade dos versos que contam a saga portuguesa na abertura do caminho para o Oriente, ressaltando os feitos de Vasco da Gama, o drama de Inês de Castro, o enfrentamento do gigante Adamastor. Drama, humor e lirismo convivem em harmonia dentro de um contexto épico, e uma nova valoração surge graças à interpretação vibrante do ator-escritor.
Intitulada “Por mares nunca dantes navegados”, a adaptação levou 25 anos para ficar pronta. Na encenação atual, Chacon mostra a versatilidade e a criatividade que o teatro amador lhe concedeu ao longo dos anos, estruturando a peça em formato de monólogo.
Monólogo, mas não monotonia. Aliás, Chacon surpreende pela capacidade de nos emocionar, porque a emoção pode ser sentida em cada trejeito de sua face, em cada olhar que dirige para o público, em cada personagem que nele se incorpora para distinguir os discursos que se encadeiam ao longo do texto.
Enfim, é um espetáculo de grande qualidade, essencial para qualquer pessoa que ame poesia e valorize a língua portuguesa. Fundamental para estudantes do ensino médio e para universitários de Letras e outras áreas, porque a obra fala sobre a alma de um povo, de uma ancestralidade que está presente em cada pessoa que habita este pedaço de chão onde vivemos.
Por Mares Nunca Dantes Navegados - Adaptação e Interpretação: Geraldo Chacon
Direção: Angelah Dantas
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Camilo Mota é poeta, escritor, psicanalista, membro da Academia Araruamense de Letras.
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