Abundam as bundas na praia, seminuas, sem vergonha, como as índias do Pero Vaz de Caminha.
Caminham as bundas nas calçadas, muitas de calças, raras de saias, todas se insinuando, empurrando o tecido.
Abundam as bundas nas praças: uma bunda passa, uma bunda passa pra lá, outra bunda passa pra cá. Uma bunda vai, outra bunda volta. Há bunda que me revolta porque a bunda mexe pra lá, porque a bunda mexe pra cá, porque a bunda mexe... com a gente, que indigente pede esmola, a esmola de um olhar, de uma atenção qualquer, qualquer bunda de mulher.
A bunda bole, bole, bole, a bunda mole, macia, parece que diz bom-dia! A bunda bole com o moço, A bunda bole com o velho, com o homem maduro.
A bunda não olha idade, ela não tem a mínima caridade! Passou agora pela rua afora uma bunda tão triunfante que o moço deu com a cara no muro. Se a bunda passa, o olho sai à caça, mesmo quando é uma bunda escassa. Passa uma bunda exuberante, a b u n d a n t e. Há bunda que não passa... fica! Como diria Vinícius: “Essa pacifica!”